Teste: Placa-mãe Gigabyte GA-7VAXP

BIOS:

A Gigabyte GA-7VAXP, assim como a maioria das placas com chipset VIA, usa BIOS da Award, principalmente pela sua facilidade de uso e por ser comum entre outros fabricantes. O layout e opções adotados pela Gigabyte não foge muito ao padrão, a não ser por algumas seções que nos interessam mais:

• Advanced Chipset Features: onde são feitos os ajustes de memória;
• Frequency/Voltage Control: onde são feitos os ajustes de FSB e voltagens das memórias, AGP e CPU;
• Top Performance: faz ajustes mais "agressivos" para acesso às memórias automaticamente;
• PC Health Status: onde é possível acompanhar as temperaturas e voltagens do sistema.

Advanced Chipset Features:
Dando uma primeira olhada na tela inicial da BIOS, não podemos achar a seção "Advanced Chipset Features", isso porque a Gigabyte preferiu colocar essa opção invisível, permitindo o acesso somente após teclarmos Ctrl-F1. Esse procedimento é mencionado no manual, mas está quase tão invisível quanto na tela. Quando ativamos esse menu, também aparecem outras opções em Integrated Peripherals.

É nessa seção que estão as opções de configuração para ajustes das memórias e algumas outras como AGP Aperture Size,AGP Fast Write, além da opção PCI Delay Transaction. Para ajustes do timing das memórias temos as opções:

• Fast Command: controla um timing genérico para acesso as memórias, pode ser configurado como Normal, Fast ou Ultra, sendo essa última a que oferece maior performance, mas também pode ser a que dá mais problemas, vai depender da qualidade dos módulos instalados.
• DRAM Timing: pode ser configurado como Auto ou Manual. Em Manual, podemos alterar os valores para DRAM CAS Latency, Bank Interleave, Precharge to Active (Trp), Trans Non-DDR400/DDR400 e Active to CMD (Trcd). Para essas opções, quanto menor o valor, maior a performance, com exceção da opção Bank Interleave, que quanto maior melhor. Lembre-se que ajustes mal feitos podem ocasionar travamentos na máquina.
• Outros ajustes: além dos ajustes acima, podemos também alterar os valores para DRAM Burst Length, DRAM Queue Depth, DRAM Command Rate, Write Recovery Time e DRAM tWTR. Com exceção das opções DRAM Burst Length e DRAM Queue Depth, quanto menor o valor, mais agressivo é o timing, resultando em melhor performance. Essas opções também podem ocasionar em instabilidades no funcionamento do equipamento.

Frequency/Voltage Control:
É nessa seção que estão as opções para ajustes do FSB do processador e a velocidade das memórias. Também é nessa parte que estão os ajustes de voltagem para a CPU, memórias e AGP.

Para definirmos os valores de ajuste de FSB, precisamos alterar um dipswitch na placa-mãe para 100MHz ou Automático (somente para 133 ou 166MHz).

Se você possui um processador antigo, que trabalha com FSB de 100MHz, esse dipswitch tem que estar configurado para essa velocidade (100MHz) e os ajustes de FSB na BIOS passam para um limite máximo de 132MHz, não é possível ir além disso. Já para os outros processadores mais novos, com FSB de 133MHz ou 166MHz, basta mudar o dipswith para Automático e a placa-mãe irá detectar automaticamente qual o FSB da CPU e limitar a faixa de ajuste para cada um. Para o FSB de 133MHz, o máximo permitido é 165MHz, para o de 166MHz, o máximo passa a ser 200MHz. Ou seja, é impossível aumentar o FSB acima de 165MHz para os Athlons com FSB de 133MHz.

Os opções de ajustes para a velocidade das memórias são: Automático, 133MHz (DDR266), 166MHz (DDR333) e 200MHz (DDR400).

Nessa seção é possível também alterarmos as voltagens para o processador (VCore), para as memórias e para a placa de vídeo.
Ao contrário do que encontramos em BIOS de outros fabricantes, o ajuste do VCore é feito através da soma de percentuais do VCore original do processador (de 5% a 10%) e não apenas através da escolha da voltagem (1,5V, 1,6V, etc.) como é o mais comum.

 As opções de configuração das voltagens para CPU, memórias e AGP são:

• configuração do VCore do processador: Auto, +5%, +7.5% ou +10%;
• configuração da voltagem das memórias: Auto, +0.1V, +0.2V ou +0.3V (de 2.5V a 2.8V);
• configuração da voltagem da placa AGP: Auto, +0.1V, +0.2V ou +0.3V (de 1.5V a 1.8V);

Como o aumento do VCore do processador está limitado a um máximo de 10% da voltagem original, isso pode acarretar em problemas para quem está pensando em exigir o máximo da CPU. Por exemplo: um AthlonXP com VCore original de 1,6V, pode ter sua voltagem aumentada até 1,76V no máximo. Nada mal, mas para muitos pode ser insuficiente. Porém, os modelos antigos, ou os processadores modificados que tenham o VCore de 1,85V, ela pode chegar até 2,035V, mais até do que é considerado o limte (1,85V de acordo com a AMD). Entretanto, as opções são suficientes para um bom overclock, principalmente com os novos TBreds. Com esses novos processadores, é grande a chance do overclock dar certo, até mesmo com "apenas" 7,5% de aumento no VCore.

Top Performance:
De acordo com o pessoal da Gigabyte, essa função otimiza o acesso às memória pelo controlador embutido no North Bridge para a melhor performance possível, ou seja, ele age diretamente no chipset, e não no timing das memórias. O ganho de performance fica na faixa de 8% a 10%, porém, a estabilidade vai depender bastante da qualidade das memórias, o que nos levar a crer que há sim alguma otimização no timing das memórias para um modo mais agressivo (apesar da Gigabyte dizer que não).

PC Health Status:
Nessa seção é onde podemos monitorar a temperatura da placa-mãe e do processador, algumas voltagens da fonte de alimentação (+3,3V, +5V, +12V, 5VSB) e a rotação dos ventiladores conectados à placa-mãe. Também é possível monitorar as voltagens do processador (VCore) e das memórias (DDR Vtt), mas falta a monitoração das voltagem AGP.
Também é nessa seção que podemos configurar as opções para proteção do processador no caso de super aquecimento. São 3 opções:

• CPU Fan Fail Warning: se habilitada, faz com que o sistema toque um alarme no caso do ventilador do cooler da CPU parar por algum motivo (ou ficar muito lento).
• System Fan Fail Warning: o mesmo que a opção anterior, porém, funciona para o ventilador do sistema.
• CPU Shutdown Temperature: assim que a temperatura do processador alcançar o limite definido pelo usuário, o sistema dá boot automaticamente. A temperatura da CPU é medida pelo sensor interno existente nos AthlonXP, ou seja, ela reflete exatamente a condição da CPU e não há variação como em outras placas onde a leitura da temperatura é feita por um sensor localizado na placa-mãe e que fica geralmente abaixo da CPU.
• Reset Case Open Status: se habilitada, faz com que o sistema desligue automaticamente caso o gabinete seja aberto (tampa lateral retirada). Para falar a verdade, não sei muito bem como funciona essa opção.

Overclock:

Como dissemos anteriormente, o multiplicador da CPU só pode ser alterado através da configuração de um dipswitch. Para isso, teremos que "meter a mão na massa", ou seja, é preciso abrir o gabinete e alterarmos a posição de 6 chaves desse dipswitch. (mínimo de 5x e máximo de 18x). Não é a maneira ideal e nem a mais rápida, mas pelo menos a GA-7VAXP nos dá essa opção.

EasyTune 4:

A Gigabyte desenvolveu um software específico para facilitar o overclock. Com ele é possível alterarmos as voltagens (Vcore, DDR e AGP) e o FSB do processador, mas infelizmente não é possível alterarmos o multiplicador, apesar do software nos dar essa informação. Com esse software, não há mais a necessidade de entrar na BIOS, ou seja, não é preciso dar boot na máquina, os ajustes são feitos em tempo real. Com esse software é possível também monitor a temperatura da CPU, as voltagens do sistema, definir limites de RPM para os ventiladores e limites para a temperatura da CPU e do sistema (veja mais detalhes).

O software tem dois modos de operação: Easy Mode e Advanced Mode.

• Easy Mode: todos os ajustes são feitos automaticamente pelo software, basta clicar em "Auto Optimie".
• Advanced Mode: para quem gosta de ter controle sobre todos os ajustes, nessa opção é possível alterar o FSB e as voltagens.

Caso algo dê errado, como alguma instabilidade ou travamento, basta dar boot na máquina que os ajustes voltam ao padrão. Se tudo estiver ok, então basta fazer a gravação que os ajustes vão ser carregados toda a vez que a máquina for ligada.
Overclock simples, fácil e rápido.

Resultados:
Para verificar a capacidade de overclock da GA-7VAXP, usamos duas configurações de setup diferentes, uma mais agressiva, e outra mais branda:

Usamos memórias DDR400 nos testes, mas rodando ou em 133MHz ou em 166MHz. Muitas pessoas vão perguntar: por que não usar as memórias rodando a 200MHz? A respostas é até simples: nossos módulos de memória não suportam timing muito agressivo, portanto, as chances de overclock com as memórias em 133MHz (modo síncrono) ou em 166MHz (modo assíncrono) são maiores, e em conseqüencia, ganhamos performance.

Configuração 1 Modo síncrono 152MHz
Configuração 2 Modo assíncrono 198MHz

Como podemos perceber pelas figuras acima, com timing mais agressivo não conseguimos muita coisa, mesmo em modo síncrono, mas com timing mais brando e no modo assíncrono, conseguimos chegar a 165MHz (198MHz para as memórias), o limite máximo para processdaores com FSB de 133MHz!!! Mas lembrem-se que esse resultado só foi possível com memórias DDR400, provavelmente isso não seja possível com memórias DDR333.
Como resultados de performance no SiSoft Sandra 2003 temos:

Estabilidade:
Não apresentou nenhum tipo de instabilidade, seja no Windows 98 SE ou no Redmond Linux, mesmo com o FSB em 165MHz.
A máquina que montamos passou por um rigoroso processo de testes (leia-se "Medal of Honor") durante mais de uma semana, e mesmo assim nada de mais estranho aconteceu. Também rodamos o 3DMark em loop durante algumas horas com o mesmo resultado.
A Gigabyte GA-7VAXP também não apresentou problemas com as diversas placas que usamos, como: placa de som Soundblaster PCI 128, modem Planet ISDN, controladora SATA da HighPoint, Winmodem Motorola SM56 e Iomega BUZ (captura de vídeo e controladora SCSI).

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